PRÉVIA NBA 2023-24: Miami Heat

No início da temporada 2022-23 da NBA, o Miami Heat tinha, de acordo com o site FiveThirtyEight, 6% de chance de disputar as finais da NBA. No dia 12 de abril, um dia depois da derrota para o Atlanta Hawks no play-in, a chance já era de 0,8%. E depois de derrotar o Chicago Bulls na partida de classificação para o oitavo lugar na Conferência Leste, a chance era de 3%.

Quem olha para esses números não acreditaria que eles iriam chegar às finais da NBA vindo do oitavo lugar. Mas com vitórias na primeira rodada contra o Milwaukee Bucks, melhor campanha na temporada regular, por 4 a 1; na semifinal de Conferência por 4 a 2 em cima do New York Knicks; e uma série contra o Boston Celtics que, depois de vencer os primeiros três jogos, conseguiu garantir sua vaga na final no jogo 7 fora de casa, o torcedor do Heat ficou com esperanças da franquia conquistar seu quarto título.

O sucesso nas séries anteriores não se repetiu na grande decisão, sendo derrotado pelo Denver Nuggets de Nikola Jokic por 4 a 1. Mas depois de chegar à final sendo desacreditado por muitos, o mais pessimista torcedor da franquia pode esperar que Pat Riley, Erik Spoelstra, Jimmy Butler e companhia continuarão a brigar por mais um troféu Larry O’Brien na sua coleção.

Pensando nisso, a equipe se movimentou para trazer mais um All-Star em seu elenco. O primeiro alvo foi Bradley Beal, que desejava sair do Washington Wizards e tinha Miami como uma das equipes onde desejaria renunciar a sua cláusula de veto de trocas. Mas a diretoria não conseguiu ser mais convincente do que o Phoenix Suns, e viu o camisa 3 se juntar a Kevin Durant e Devin Booker na franquia de Phoenix.

Sem muito para onde recorrer no momento, a equipe decidiu apostar em um novato para iniciar os seus trabalhos de reforçar o elenco. O escolhido foi Jaime Jaquez Jr., ala vindo de UCLA depois de atuar em seu quarto ano no basquete universitário tendo médias de 17,8 pontos, 8,2 rebotes, 2,4 assistências e 1,5 roubo de bola, em 33,2 minutos disputados, em 37 partidas. Com muita habilidade ofensiva, o novo camisa 11 da franquia pode se tornar uma boa opção para pontuar tanto no contra ataque quanto em arremessos abertos, sendo um atleta bem inteligente e versátil.

O nome de Miami voltou aos holofotes logo nos primeiros dias de free agency, assim que Damian Lillard pediu para ser trocado e verbalizou seu interesse em atuar no Heat, ao lado de Butler e Adebayo. Riley começou a se mexer o mais rápido possível para acertar a chegada do camisa 0 e fechar um Big 3 na Flórida, colocando Dame em prioridade. Mas quase dois meses depois do desejo do armador de usar a camisa de Miami, mais uma frustração. O Milwaukee Bucks passou por cima, e conseguir acertar a troca com o Portland Trail Blazers, recebendo o sete vezes All-Star.

Além de não conseguir garantir a chegada de All-Stars, o Heat ainda perdeu atletas importantes em seu elenco, como Max Strus, que foi para o Cleveland Cavaliers; Gabe Vincent, que se juntou a LeBron James, Anthony Davis e companhia no Los Angeles Lakers; Victor Oladipo, que foi envolvido em troca com o Oklahoma City Thunder; e Udonis Haslem, que se aposentou depois de passar sua carreira inteira na equipe de Miami. Além dessas peças, o time ainda viu Omer Yurtseven ir ao Utah Jazz e Cody Zeller se transferir para o New Orleans Pelicans.

Mas nem tudo foi perdido para a equipe. Além de conseguir manter Jamal Cain (“two-way”), Orlando Robinson e Kevin Love (sendo esta uma das mais importantes permanências no elenco), o Heat trouxe Dru Smith para ocupar uma vaga de contrato “two-way”; Thomas Bryant, campeão com os Nuggets na temporada anterior; e Josh Richardson, velho conhecido do torcedor da franquia, que veio dos Pelicans.

Bryant chega para ser reserva imediato de Adebayo, sendo um atleta bem versátil no ataque, conseguindo ter boa presença no garrafão e espaçando a quadra um pouco melhor do que Adebayo. Com 60% de aproveitamento nos arremessos de quadra e 36,6% de aproveitamento no perímetro na carreira, o camisa 31 pode representar alguma ameaça arremessando mais distante da cesta, sendo útil no ataque para algumas variações.

Richardson começou a sua carreira em Miami, mas acabou sendo envolvido na troca com o Philadelphia 76ers que trouxe Butler ao Heat em 2019. Agora, com mais quatro anos de experiência nas costas depois de atuar por quatro equipes em quatro anos, o ala-armador retorna sendo um contribuidor sólido, tendo médias de mais de dez pontos desde que saiu da Flórida, e sendo bem versátil nos arremessos de perímetro, pontos importantes para seu retorno para “casa” além da possibilidade de defender diversas posições em quadra. Ao lado de Butler e Adebayo, pode voltar a ser uma boa peça na rotação de Erik Spoelstra.

Com tantas saídas importantes, oportunidades “desperdiçadas” de trazer mais um All-Star em seu elenco, “se livrar” de contratos ruins, como o de Kyle Lowry e Duncan Robinson, e poucos reforços, será que o Heat pode repetir o sucesso de 2022-23? Butler, Adebayo, Tyler Herro, Erik Spoelstra e todo o elenco e front office precisarão manter a “Heat Culture” para ser, novamente, um candidato ao título.

(Fotos: Reprodução Twitter/Miami Heat)

Principais chegadas: Thomas Bryant, Josh Richardson e Jaime Jaquez Jr.

Principais saídas: Gabe Vincent, Max Strus, Victor Oladipo e Udonis Haslem

Ponto forte: Defesa. Com 112,8 pontos sofridos (a cada 100 posses), o Heat teve uma defesa top 10 no campeonato e conta com uma das melhores duplas defensivas na liga (Butler e Adebayo)

Ponto fraco: Falta de estrelas. Com apenas Butler, Adebayo e Lowry de All-Stars e Herro sendo um futuro All-Star, a equipe não conta com um atleta no calibre do camisa 22 para se tornar um forte candidato ao título

Campanha em 2022-23: 44-38 (7º lugar do Leste e vice-campeão da NBA)

Provável quinteto: Kyle Lowry, Tyler Herro, Jimmy Butler, Kevin Love, Bam Adebayo

Franchise player: Jimmy Butler

Sexto homem: Caleb Martin

Head coach: Erik Spoelstra

Briga por: vaga na final da Conferência Leste