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11 de abril de 2024 - 17h04

Quem é Caitlin Clark e por que ela será a nº 1 do Draft 2024 da WNBA

De Iowa para os EUA e o mundo, Caitlin Clark é um talento único que chocou o basquete universitário e poderá repetir o feito na WNBA

Caitlin Clark - Iowa HawkeyesA armadora Caitlin Clark, de Iowa Hawkeyes, se despediu de sua premiada carreira universitária no basquete feminino no último domingo (7), quando as Hawkeyes acabaram derrotadas na final do Torneio da NCAA por 87 a 75 por South Carolina Gamecocks, da pivô brasileira Kamilla Cardoso. Mesmo com o fim melancólico, Clark marcou seu nome na história do basquete universitário ao longo dos últimos anos e entrará na WNBA como uma estrela.

Clark começou a chamar a atenção nacional nos EUA antes de ingressar no Ensino Médio, quando chegou a receber ofertas de universidades. Competindo contra meninos ou meninas mais velhas, ela evoluiu rapidamente a uma jogadora histórica dentro do basquete universitário norte-americano. A partir do dia 15 de abril, quando ouvirá seu nome falado como a primeira escolha geral do Draft 2024 da WNBA pelo Indiana Fever, o que começaremos a ver será sua história profissional, também muito promissora.

Nascida em Des Moines, capital do estado do Iowa, e criada em West Des Moines, logo ao lado, Clark fez toda a sua vida até a faculdade no estado onde nasceu e chocou os Estados Unidos e o mundo com cada marca e recorde que conseguiu superar.

Quem é Caitlin Clark?

As atenções sobre Clark começaram muito cedo em sua vida. Depois de experimentar diversos esportes na infância, a jovem estava à frente de sua idade em termos de competição e, com 13 anos, já jogava basquete com meninas mais velhas. Nesta época, ela integrou o programa amador All Iowa Attack, em Ames, no Iowa, e começou a ter contato com gente que faria sucesso profissionalmente no futuro, como o ala Harrison Barnes, do Sacramento Kings, natural de Ames e que também atendeu ao programa no passado.

Antes mesmo de iniciar no Ensino Médio, Clark já despertava interesse de universidades e chegou a receber uma oferta de Missouri State ainda com 14 anos. Ela ingressou na Dowling Catholic High School, em West Des Moines, onde morava, e logo de cara já mostrou as credenciais com um temporada de caloura com médias de 15,3 pontos, 4,7 assistências e 2,3 roubos.

Ainda dividindo as atenções com o Attack, Clark aumentou suas médias no segundo e no terceiro anos do Ensino Médio, antes de finalizar sua passagem com um ano de senior irretocável em 2020. A armadora teve médias de 33,4 pontos, 8 rebotes, 4 assistências e 2,7 roubos e foi agraciada com o prêmio Iowa Miss Basketball, dado à melhor jogadora do estado. Clark ainda foi selecionada para o McDonald’s All-American Game e o Jordan Brand Classic, seleções que reúnem as melhores jogadoras do Ensino Médio do país, as quais a pivô brasileira Kamilla Cardoso também integrou.

Clark já era uma estrela no meio do Ensino Médio e foi considerada a quarta melhor jogadora da classe 2020 na entrada para o college. Com ofertas de Notre Dame, Iowa e Iowa State, a armadora optou por Iowa pela tradição de desenvolvimento de armadoras que a técnica Lisa Bluder tinha.

Iowa não era um programa qualquer, afinal tem aparições no Torneio da NCAA consistentemente desde 1986, mas a chegada de Clark mudou o patamar da coisa. Antes dela, somente um Final Four, em 1993. Depois delas, Final Four em 2023 e 2024 e finais no mesmo ano, infelizmente sem nenhum título.

Já bastante impressionante e com grande volume de jogo em seu primeiro ano, Clark teve médias de 26,6 pontos, 7,1 assistências e 40,6% de aproveitamento em 9,5 tentativas de três. O desempenho levou as Hawkeyes ao Sweet 16, onde perderam para UConn. A armadora, por sua vez, já terminou o ano com diversas marcas impressionantes como a primeira caloura a vencer o prêmio Dawn Staley, de melhor armadora da Division I da NCAA, além de dois prêmios nacionais de Melhor Caloura e ter sido cestinha nacional.

O segundo ano foi um repeteco individual para Clark, que terminou com 27 pontos, 8 assistências e 8 rebotes, faturando o Dawn Staley novamente, ganhando o Nancy Lieberman de melhor PG e sendo incluída em todos os primeiros times nacionais. A novidade e nova marca histórica da armadora foi se tornar a primeira mulher a liderar a Division I em pontos e assistências em uma temporada. Diferente do ano anterior, Iowa parou na segunda rodada do Torneio da NCAA, superada pela surpresa Creighton (#10).

Foi em 2022/2023 que Clark chamou a atenção global. Com médias de 27,8 pontos, 8,6 assistências e 7,1 rebotes, a armadora bateu diversos recorde na temporada e levou Iowa a sua primeira decisão do Torneio da NCAA da história, onde acabaram batidas por LSU. Clark faturou os quatro principais prêmios de Melhor Jogadora Nacional na temporada, foi a primeira a conquistar três vezes na carreira o Dawn Staley e pelo segundo ano seguido foi eleita unânime aos principais primeiros times nacionais.

Seu quarto ano universitário chegou em 2023/2024 e ela chegou ao ponto alto no college. Depois de se tornar a maior cestinha da história Division I da NCAA entre as mulheres, no meio da temporada, Clark ultrapassou Pete Maravich na última rodada da temporada regular e virou a maior cestinha entre homens e mulheres da história em um feito quase impensável. Naquele que seria seu último Torneio da NCAA, a armadora bateu os recordes pontos, assistências e bolas de três da história do torneio na jornada até sua segunda final e a segunda da história de Iowa. Infelizmente para Clark, novamente uma decepção com a derrota para South Carolina, de Kamilla.

Jogando pelas seleções de base dos EUA, Clark tem três participações e três ouros. Em sua primeira competição, ouro no Sul-Americano sub-16 de Buenos Aires, em 2017. Na sequência, ouros na Copa do Mundo sub-19 da FIBA em 2019, na Tailândia, e em 2021, na Hungria, onde integrou o quinteto ideal do torneio e também levou o prêmio de MVP.

Estilo e por que Clark será a nº 1 do Draft 2024 da WNBA

Caitlin Clark - Iowa

Com diversas comparações com a lendária Diana Taurasi, Clark é uma força ofensiva extremamente completa e definida por muitos como a melhor jogadora universitária de todos os tempos ou “talento geracional”. Muito conhecida pelos arremessos de três de diversas distâncias, ela é ainda bem mais do que isso.

Com 1,83 m de altura, Clark tem um tamanha acima da média para a posição e alia isso a uma capacidade de leitura das defesas também fora da curva. Com um arremesso preciso de qualquer lugar da quadra, seja quase do meio do quadra ou da meia distância, a armadora também consegue infiltrar e pontuar dentro do garrafão com naturalidade.

Além da força pontuando, ela também passa muito bem a bola, aproveitando diversas situações de pick-and-roll com as jogadoras mais altas, bem como achando oportunidades em transição, passes de longa distância ou mesmo no cinco contra cinco, em passes rápidos e precisos pelo meio da defesa.

Defensivamente, muito pelo seu tamanho e sua leitura das jogadas, consegue roubar muitas bolas e interceptar passes, levando a transições rápidas. Ofensivamente, Clark deverá traduzir bem seu jogo para a WNBA, mas defensivamente deverá encontrar maior desafio.

O talento para pontuar de todos os lugares da quadra e conduzir magistralmente o ataque levaram Clark a ser alçada à primeira posição do Draft 2024 desde o início de qualquer mock draft. Mas além do que representa dentro do jogo, a armadora carismática elevou o nível do basquete universitário em outros níveis, levando mares de gente aos ginásios, simplesmente porque ninguém gostaria de perder qualquer possibilidade de uma nova marca, um novo recorde ou uma sequência de jogadas absurdas ao vivo.

A armadora poderia ter ido para mais um ano no universitário, mas não quis. Tudo que ela conquistou por lá, e foi muita coisa, ficou para trás e agora a história começa a ser escrita na WNBA, a melhor liga de basquete feminino do mundo.

(Fotos: Reprodução Twitter / Iowa Women’s Basketball)

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