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10 de junho de 2024 - 18h06

ANÁLISE: Celtics dominam Mavericks dos dois lados da quadra e abrem 2 a 0

Com diversos destaques, coletivo dos Celtics faz a diferença e equipe limita Mavericks nas duas partidas para fazer 2 a 0 nas finais da NBA

Jrue Holiday - Dallas Mavericks @ Boston CelticsMelhor ataque e segunda melhor defesa de toda a temporada regular, o Boston Celtics importou sua imponência de 64 vitórias para os playoffs da Conferência Leste e segue a aplicando nas finais da NBA contra o Dallas Mavericks. Até aqui nos playoffs, em 16 partidas os celtas têm o segundo melhor ataque e a terceira melhor defesa, limitando os Mavs a menos de 90 pontos no jogo 1 e menos de 100 no jogo 2, com vitórias em ambos para defenderem o mando de quadra.

Na última offseason, Boston adicionou Jrue Holiday e Kristaps Porzingis ao elenco e os dois têm sido peças fundamentais para o sucesso da equipe na série até aqui. O que falar de Holiday? O armador de 33 anos, campeão da NBA em 2021 pelo Milwaukee Bucks, tem feito um trabalho estratosférico até aqui. Praticamente intransponível na defesa, foi o principal marcador de Kyrie Irving nos dois primeiros jogos e fator preponderante para o rival ter até aqui 28 pontos em 13/37 arremessos de quadra, sendo 0/8 nas bolas de três. Claro que Kyrie está com dificuldades claras de pontuar até quando consegue boas separações, mas tem muito de Jrue por aí.

Devido à alta capacidade defensiva de todo o time dos Celtics, o sistema defensivo da equipe baseia-se em muitas trocas de marcação, forçando os principais jogadores a jogarem no um contra um em muitas posses. Holiday tem feito um trabalho defensivo espetacular em todos que encontra pelo caminho, enquanto Kyrie sofre nas retas finais dos jogos, exatamente punido pelo desgaste de encarar a implacável defesa.

Ainda sobre Jrue e seu impacto, ofensivamente, o armador está sublime também. São 38 pontos somados nos dois jogos (15/23 arremessos de quadra) e nenhum desperdício, típico do jogador que é, que faz as coisas certas nas horas certas e raramente se precipita em um dos dois lados da quadra.

Porzingis foi outro personagem deste início de série. Voltando de lesão na panturrilha e fazendo sua primeira partida em mais de um mês no jogo 1, o letão foi incrivelmente eficiente no pouco tempo de quadra que teve saindo do banco. São 32 pontos, dez rebotes e cinco tocos em apenas 28 minutos de ação, punindo com tranquilidade os confrontos (“KP” sempre é o jogador mais alto em quadra) e sendo um fator na defesa, justamente pelo sua altura e comprimento, além do entendimento das jogadas, paciência e tempo de bola. Tem sido um baita diferencial.

Olhando para as estrelas Jayson Tatum e Jaylen Brown, ambos estão impactando muito bem o jogo a seus modos. Com dificuldades em achar seu arremesso na série (12/38 nos arremessos gerais, sendo 4/14 nas bolas de três), algo que se estende desde o início dos playoffs, Tatum tem brilhado nos outros fundamentos: é disparado o primeiro em assistências (17) e o segundo em rebotes (20). É o jogador ofensivo mais importante da equipe pela atenção que chama e por ser o responsável a iniciar o comprometimento da defesa de Dallas a cada posse com suas infiltrações. Não devemos diminuir o papel de “JT” até aqui, longe disso.

Brown tem entendido esse papel de impactar o jogo muito bem também. O ala tem 43 pontos na série em 15/27 arremessos de quadra, mas suas nove assistências é a terceira maior marca da série até aqui, muito graças às sete do jogo 2. Brown tem atacado com inteligência e defendido com muito físico, principalmente Doncic. São nove tocos + roubos para o ala, que lidera por muito nessa soma de estatísticas defensivas entre todos os jogadores das finais.

Temos que falar de Dallas! Luka é disparado o cestinha da série (62 pontos) e também o maior reboteiro (21 rebotes), além do segundo assistente (12). Por outro lado, é quem mais desperdiça a bola (12), muito em conta dos oito turnovers do jogo 2. Boston tem seu plano de trocar a defesa no pick-and-roll e obriga o armador a jogar no um contra um. Ele tem tido sucesso dentro do possível de sua genialidade e da capacidade defensiva dos adversários, mas a verdade é que o esloveno chega exausto ao fim dos jogos por isso. Na segunda partida, foram nove pontos, cinco desperdícios e oito assistências no segundo tempo, refletindo sua queda de rendimento, associada à tentativa de envolver mais e melhor os companheiros.

Aliás, este é um ponto de destaque extremamente negativo do lado dos Mavericks: a falta de apoio no ataque para Doncic. Dallas terminou a série final da Conferência Oeste com 61/158 arremessos de três certeiros (38,6%), melhor aproveitamento entre os quatro finalistas de conferência, muito pela ajuda dos jogadores de rotação. Este cenário está bem distante no momento. Doncic tem 8/21 (38,1%) nas finais da NBA, mas quem não chama Luka Doncic no elenco texano contribuiu com apenas 5/32 (15,6%) até aqui. Isso é muito pouco para um time querer competir nas finais da NBA. Lembramos que muitas bolas foram bem contestadas, mas muitos arremessos foram livres, ainda que não da zona morta, lugar preferido da equipe, que Boston tem protegido bem.

Dois pontos sobre os Mavericks também devem ser observados. Primeiro, a equipe que dominou os rebotes nas finais de conferência não está conseguindo ter essa superioridade contra os Celtics. Boston tem a defesa muito bem estabelecida no jogo de cinco contra cinco se Dallas não é agressivo o bastante para atacar rápido e isso favorece muito os rebotes defensivos da equipe. Do outro lado da quadra, os celtas conseguem atacar o rebote ofensivo com todos os jogadores e não tem deixado isso ser um fator para Dallas. No fim, as estatísticas estão praticamente iguais neste quesito: 20 a 19 para Boston nos ofensivo e 68 a 67 para Boston nos defensivos.

O segundo ponto são os lances livres. Dallas deixou oito pontos pelo caminho só no jogo 2 da linha de caridade, sendo quatro de Doncic. Na série até aqui, são somente 65,1% de aproveitamento (28/43) contra ótimos 82,1% de Boston (32/39). Em uma série de finais da NBA, ter esse “conforto” de saber que seu rival não converte os lances livres com frequência, em especial, seu principal jogador, é um trunfo muito grande para sua defesa, ainda mais sendo a dos Celtics, uma das melhores de toda a liga.

A impressão até o momento é que Boston tem mais controle dos jogos, consegue pontuar com mais facilidade e oferece muitas dificuldades para Dallas anotar seus pontos. Isso tudo acontece dentro de seu plano até aqui, sem que a equipe tenha precisado variar muitas coisas dos dois lados da quadra para responder a algo de Dallas que tenha dado muito certo e oferecido dificuldade para os celtas. A série agora muda para Dallas e, em um novo ambiente, precisando vencer, o time terá que responder para se manter no páreo.

FINAIS DA NBA 2024: Boston Celtics 2 – 0 Dallas Mavericks

JOGO 1: 06/06 – 21h30, Mavericks 89 @ 107 Celtics
JOGO 2: 09/06 – 21h, Mavericks 98 @ 105 Celtics
JOGO 3: 12/06 – 21h30, Celtics @ Mavericks – em Dallas
JOGO 4: 14/06 – 21h30, Celtics @ Mavericks – em Dallas
JOGO 5: 17/06 – 21h30, Mavericks @ Celtics – em Boston*
JOGO 6: 20/06 – 21h30, Celtics @ Mavericks – em Dallas*
JOGO 7: 23/06 – 21h, Mavericks @ Celtics – em Boston*

*Jogos só acontecem se necessário
Obs.: Todos os horários são de Brasília

(Foto 1: Reprodução Twitter / Boston Celtics; Foto 2: Reprodução Twitter / NBA Brasil)

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