Os gringos que estão fazendo história na NBA

LeBron James, Stephen Curry e Kevin Durant são os personagens populares que desfilam habilidade nos jogos da NBA. A liga norte-americana é sinônimo da modalidade. No entanto, a lista de craques tem ganhado nomes pouco comuns, como Giannis Antetokounmpo ou Nikola Jokić.

Historicamente, os americanos dominam o basquete, seja na NBA ou nas competições internacionais. O país é berço de grandes lendas, como Michael Jordan, Kobe Bryant e Shaquille O’Neal. No entanto, existe um fator externo que está mudando o panorama.

Nos últimos anos, os atletas estrangeiros têm roubado a cena e dominado a NBA de forma contundente. Uma mostra dessa presença gringa está no Prêmio de MVP, que em suas últimas 5 edições foi entregue para jogadores de fora do país, fato inédito na história da liga.

Primeiro veio a dobradinha de Giannis Antetokounmpo, que venceu em 2019 e 2020; depois, Nikola Jokić repetiu a dose e garantiu os troféus de 2021 e 2022; na atual temporada, o vencedor foi Joel Embiid.

O domínio internacional foi notado também pelo setor das apostas esportivas, que antes mesmo da temporada da NBA começar, já indicava a presença da “legião estrangeira” na briga pelo prêmio de melhor atleta.

Os nomes mais comentados eram todos de jogadores nascidos fora dos Estados Unidos. Luka Dončić (Eslovênia), Joel Embiid (Camarões), Nikola Jokic (Sérvia) e Giannis Antetokounmpo (Grécia) eram os principais candidatos ao troféu, segundo as casas de apostas, pelo lado norte-americano, os citados foram Stephen Curry e Kevin Durant.

E a previsão das casas de apostas estava correta. Com um ano espetacular, Embiid levou para casa o primeiro Prêmio de MVP da carreira. Nessa temporada, o camaronês teve médias de 33 pontos, dez rebotes e quatro assistências em 66 jogos. Além disso, o pivô do Philadelphia 76ers distribuiu 112 tocos, sendo uma potência dos dois lados da quadra.

Além de Embiid, Giannis Antetokounmpo e Nikola Jokić completaram o pódio dos melhores jogadores da temporada. O mesmo cenário se repetiu na temporada anterior, quando Jokić foi eleito o número 1.

E o domínio internacional não para por aí. O prêmio de Jogador Que Mais Evoluiu, também conhecido como MIP, ficou nas mãos de Lauri Markkanen, o ala-pivô do Utah Jazz. Na temporada, o finlandês anotou 25,6 pontos, 8,6 rebotes e 1,9 assistência.

A evolução de Markkanen foi bastante inesperada. No Draft de 2017, o ala-pivô foi a sétima escolha do Minnesota Timberwolves, que trocou o jovem, Zach LaVine e Kris Dunn por Jimmy Butler.

Nos Bulls, foram quatro temporadas que alternaram entre grandes jogos e longos períodos de atuações discretas. Em 2021, o jogador foi para o Cleveland Cavaliers, onde disputou apenas 55 jogos antes de ser envolvido em outra troca, dessa vez pelo armador Donovan Mitchell. Foi no Utah Jazz que Markkanen encontrou o seu melhor jogo e conseguiu apresentar um desempenho de alto nível durante toda a temporada, culminando no prêmio de MIP.

Vale destacar que entre os três finalistas desse prêmio também estava Shai Gilgeous-Alexander. O armador do Oklahoma City Thunder é nascido em Toronto, no Canadá, outra joia estrangeira da NBA.

E esse domínio não fica “apenas” nos prêmios. Os jogadores citados anteriormente são os “franchise player” das suas respectivas equipes. Isso significa que os elencos, treinadores, e toda a organização funcionam em função dessa estrela, que com as suas habilidades podem levar o time a brigar pelo título.

A projeção para o futuro próximo não indica que o cenário mudará. Para o próximo Draft, o da classe de 2023, o principal nome é Victor Wembanyama. O francês de 19 anos e 2,21 metros é o objeto de desejo das franquias norte-americanas. Atualmente, o atleta está no Metropolitan 92, da França, mas já deixou claro que quer jogar na NBA.

Esse é o melhor momento para os atletas estrangeiros na NBA. Independentemente da origem, a liga e os profissionais que trabalham com scout estão cada vez mais receptivos com jogadores formados fora do esquema “tradicional”, que é composto por High School e College. O sonho de dividir a quadra com lendas como LeBron e Curry nunca esteve tão próximo. A dúvida que fica é: quando chegará a vez dos brasileiros.

(Fotos: Unsplash)