[PRÉVIA] Playoffs NBA 2023: Denver Nuggets x Minnesota Timberwolves

Primeiro colocado da Conferência Oeste, o Denver Nuggets abre seus trabalhos nos playoffs da NBA neste domingo (16), enfrentando o Minnesota Timberwolves, oitavo colocado na temporada regular e recém-saído do play-in, onde teve dois jogos para confirmar sua vaga. Essa será apenas a segunda vez que as franquias se encontram na pós-temporada. A primeira e única foi em 2004, em temporada de MVP de Kevin Garnett, quando os Wolves bateram os Nuggets na primeira rodada e chegaram até as finais de conferência contra os Lakers, mas saíram derrotados.

Depois de 2004, os Wolves só voltaram aos playoffs em 2018 e agora emplacam duas idas seguidas sob a batuta de Chris Finch, sem nunca mais ter vencido a primeira rodada. Os Nuggets vivem situação mais favorável. Desde 2019, a equipe acumula cinco idas seguidas à pós-temporada, com direito a finais de conferência na “bolha de Orlando”, em 2020.

Com uma batalha de garrafão que promete entre Nikola Jokic, Karl-Anthony Towns e Rudy Gobert, os Wolves podem aproveitar o fim de temporada ruim dos favoritos e as incertezas relacionadas a lesões no elenco para encontrar brechas e tentar surpreender os rivais.

Acompanhe aqui mais uma prévia do The Playoffs!

(Foto: Reprodução Twitter / NBA)

NUGGETS X TIMBERWOLVES: COMO CHEGAM

Dono da melhor campanha do Oeste com 53 vitórias e 29 derrotas, os Nuggets tinham tudo para chegar implacáveis para a primeira rodada e vencer sem dificuldades a equipe classificada com a oitava melhor campanha da temporada regular, mas não é bem assim depois que a equipe terminou sua jornada, com cinco derrotas nos últimos sete jogos e algumas incertezas relacionadas a lesões no elenco.

No injury report da franquia, Nikola Jokic, Jamal Murray, Aaron Gordon e Kentavious Caldwell-Pope são os nomes importantes que constam como “dia a dia” e, apesar de não preocuparem em termos de comparecerem aos primeiros jogos, geram desconfiança sobre a presença no aprofundamento da série.

Saudáveis, os Nuggets jogaram um grande basquete ao longo da temporada, escorados principalmente no atual bi-MVP e finalista novamente do prêmio, Jokic, e o armador Jamal Murray, que voltou a jogar nesta temporada depois de 18 meses parado por lesão no joelho. A equipe comandada há oito temporadas por Michael Malone apresentou um jogo que, apesar de lento, possui ataque fluido, com excelente aproveitamento ofensivo e seleção de arremessos, baseados em boa troca de passes que geram grande número de assistências. Denver é uma equipe que não tem nas bolas de fora seu principal foco ofensivo, mas aproveita muito bem outras situações como grande aproveitamento nos contra-ataques e força nos pontos dentro do garrafão.

Individualmente, Jokic novamente terminou a temporada beirando o triplo-duplo de média, com 24,5 pontos, 11,8 rebotes e 9,8 assistências, acertando ótimos 63,2% dos arremessos de quadra (maior marca da carreira), sendo 38,3% da linha de três e 82,2 do lance livre. Atrás do sérvio, voltando de lesão, Murray teve uma de suas melhores temporadas na liga, contribuindo com 20,0 pontos e 6,2 assistências. Michael Porter Jr. e Aaron Gordon são os maiores pontuadores na sequência, com médias 17,4 e 16,3 pontos.

Em oitavo lugar no Oeste, depois de um vitória na última rodada contra o New Orleans Pelicans que os deixou nessa colocação, os Wolves enfrentaram o Los Angeles Lakers na primeira rodada do play-in e por pouco não escaparam com uma vitória em Los Angeles para agarrarem a sétima vaga. Derrotada, a equipe teve sua última chance contra o Oklahoma City Thunder na última sexta-feira (14) e venceu com tranquilidade a jovem equipe.

Com altos e baixos também, principalmente na reta final da temporada regular, incluindo troca de socos entre atletas, Minnesota tem na dupla formada por Anthony Edwards e Karl-Anthony Towns a grande esperança de furar o bloqueio da primeira rodada. Edwards foi o cestinha da equipe na temporada regular com 24,6 pontos, 5,8 rebotes e 4,4 assistências em 79 partidas, seguido por Towns com 20,8 pontos e 8,1 rebotes, este em apenas 29 partidas, já que o ala-pivô perdeu praticamente quatro meses da temporada devido a uma lesão na panturrilha.

Atrás da dupla, os ex-jogadores do Utah Jazz Mike Conley e Rudy Gobert são os maiores pontuadores, com 14 e 13,4 pontos de média, respectivamente, e praticamente resumem o atual elenco da equipe, que perdeu Naz Reid e Jaden McDaniels por lesão e desfalcam os Wolves na série. A rotação curta foi um problema na reta final da temporada regular e poderá ser um problema na primeira rodada.

O CONFRONTO 

Apesar de possuírem uma da piores defesas dentre os times mais competitivos da temporada, o ataque dos Nuggets na temporada regular, que apresentou o quinto melhor índice ofensivo (pontos a cada 100 posses), segurou a onda e possibilitou o time chegar ao sexto net rating (diferença entre os pontos feitos a cada 100 posses e os pontos levados), carimbando a primeira posição do Oeste.

A equipe tem como característica ofensiva a boa seleção de arremessos a partir de eficiente distribuição de bola, a qual em boa parte dos ataques termina em uma assistência para cesta. Apesar da elevada média de desperdícios (14,5 e décima pior da temporada), Denver consegue ter uma assistência em 66,3% de suas cestas (segunda marca da liga) e assim elevar sua relação assistência/desperdício (tem a quinta maior da liga), ótimo índice para mostrar a qualidade ofensiva frente aos desperdícios. Essa seleção de arremessos aparece em números, principalmente na eficiência nos arremessos de quadra (eFG%), em que o aproveitamento de Denver nesse atributo é 57,3%, o maior de toda a NBA.

Essa boa distribuição de bola não alimenta bolas de três, esse não é o foco ofensivo da equipe, que é apenas 25º em arremessos do perímetro tentados (31,2), mas quando acontece uma situação para arremesso de fora, este é bem executado, evidenciado pelo aproveitamento de 37,4%. O jogo ofensivo de Denver é caracterizado pela boa eficiência em um bom arsenal, mas o jogo de garrafão chama a atenção, uma vez que com Jokic como finalizador e passador, há concentração de jogo ali dentro, o qual fornece 55 pontos de média por partida, a quarta maior média da liga.

O ataque dos Wolves já é mais engessado, sendo 23ª em índice ofensivo da temporada regular e o segundo pior entre as equipes dos playoffs. Ainda assim, o ataque dentro do garrafão é a principal via de pontos da equipe e apresenta boa produção, com 54,3 pontos por partida, sétima melhor marca da temporada. Semelhante aos Nuggets, a equipe apresenta elevada média de desperdícios por partida (15,3 e terceira pior da temporada), porém, diferente do rival, a boa distribuição de bola e a taxa de assistências não acompanha e a relação entre assistência e desperdício é bem baixa e revela a pouca eficiência ofensiva do time.

Defensivamente, as duas equipes se encontram na mediocridade. Não são das piores, mas estão longe de serem competitivas. Ambas têm no garrafão suas principais armas ofensivas, ao mesmo tempo que têm na área pintada sua grande deficiência defensiva. Os Wolves permitiram 50,8 pontos (17º) dentro do garrafão, enquanto os Nuggets deixaram que os adversários marcassem 52,5 (21º) e é por aí um dos caminhos que os Wolves podem trilhar para tentar dar dor de cabeça para o adversário.

Outro aspecto que poderá ser explorado pelos Wolves são os desperdícios dos Nuggets. Forçar erros e explorar isso convertendo pontos em cima deles também pode ser um caminho. Os Nuggets tiveram 14,5 desperdícios de média e permitiram 17,4 pontos em cima deles (11ª pior marca da liga), enquanto que o Wolves foram o sétimo melhor time em punir os adversários a partir de seus desperdícios. Foram 18 pontos de média somente nesse aspecto do jogo.

Pelo lado dos Nuggets, além de forçar o jogo interno com a boa seleção de arremessos, é imprescindível um maior cuidado com a bola. Aliado a isso, um bom aspecto a se observar são os contra-ataques. Apesar de ser uma das equipes mais lentas, com menos posses da NBA, Denver é eficiente nos contra-ataques (16,2 pontos de média e quinta melhor marca da liga) e pode aproveitar a deficiência na recomposição defensiva rápida dos Wolves, que permite 17,7 pontos por jogo e foi a décima pior da NBA na temporada regular.

Denver depende da saúde de seus principais atletas para ir bem, mas se tudo der certo no departamento médico, não deverá haver sustos. Hoje, com a ausência de McDaniels, Minnesota não conta com alas atléticos para segurar Gordon e Porter Jr. por uma série inteira e também não tem jogadores confiantes de rotação para virem do banco e terem papel importante e seguro tal como Denver tem na figura de Bruce Brown.

(Foto: Reprodução Twitter / Minnesota Timberwolves)

RETROSPECTO

As franquias se enfrentaram quatro vezes na temporada regular, entre janeiro e fevereiro de 2023, e a equipe da casa sempre venceu, totalizando duas vitórias para cada lado. Vale pontuar que Towns não atuou em nenhum dos quatro confrontos e Jokic ficou fora de um deles.

Minnesota Timberwolves 124 x 111 Denver Nuggets – 02/01/2023, Target Center (Minneapolis)

Denver Nuggets 122 x 118 Minnesota Timberwolves – 19/01/2023, Ball Arena (Denver)

Minnesota Timberwolves 128 x 98 Denver Nuggets – 05/02/2023, Target Center (Minneapolis)

Denver Nuggets 146 x 112 Minnesota Timberwolves – 07/02/2023, Ball Arena (Denver)

AGENDA DA SÉRIE

Jogo 1: Minnesota Timberwolves @ Denver Nuggets, 16/4, 23h30 (horário de Brasília)

Jogo 2: Minnesota Timberwolves @ Denver Nuggets, 19/4, 23h (horário de Brasília)

Jogo 3: Denver Nuggets @ Minnesota Timberwolves, 21/4, 22h30 (horário de Brasília)

Jogo 4: Denver Nuggets @ Minnesota Timberwolves, 23/4, 22h30 (horário de Brasília)

Jogo 5: Minnesota Timberwolves @ Denver Nuggets, 25/4 horário a confirmar*

Jogo 6: Denver Nuggets @ Minnesota Timberwolves, 27/4 horário a confirmar*

Jogo 7: Minnesota Timberwolves @ Denver Nuggets, 29/4 horário a confirmar*

*Se necessário

PALPITE: NUGGETS 4-2 TIMBERWOLVES

Com o histórico do peso dos jogos em casa para os mandantes, imagino que os Timberwolves podem sobreviver na série mesmo com derrotas fora de casa nos primeiros dois jogos, levando a série para Minneapolis e dificultando mais as coisas por lá, mesmo que seja dependendo excessivamente de excelentes dias de Edwards e Towns.

Ainda assim, penso que seja difícil para o time de Minnesota conseguir segurar todas as armas ofensivas de Denver tendo tamanhas e variadas dificuldades defensivas. Por outro lado, ajustes jogo a jogo são necessários e estratégias focadas nos pontos fracos, principalmente defensivos, de Denver podem surtir efeito entre jogos.

Sendo otimista pela saúde da série aposto em seis jogos, contando com boas atuações individuais dos principais jogadores de Minnesota.

(Foto: Reprodução/Twitter Denver Nuggets)